quarta-feira, 31 de julho de 2024

Cigarras: Fumódromo (2024)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Ao ouvir o som e ler as letras do primeiro full do quarteto curitibano Cigarras, fica impossível não definir a música das garotas como "o lado B do rolê", pois tudo que é contado e musicado aqui define com clareza coisas que acontecem enquanto o rolê acontece, antes, durante e depois.

Musicalmente não temos nada de metal, mas as meninas possuem muito mais atitude que as bandas "Zé Coletinho" atuais. Transitando entre o punk rock, alternativo, surf music e até a música regional sulista, elas passam o recado com muita energia e visceral idade.

Fumódromo (título genial) começa com Homem Limão, que é um rockão dos bons, visceral e letra bem divertida e a seguinte, Whisky On The Rocks mantém o astral nas alturas, só que numa linha mais psychobilly, que se você pensou em The Cramps, acertou. 

Desilusão Vertical começa com um solo delicioso e é mais cadenciada e introspectiva, enquanto Vingança Barata é bem festeira com um ótimo trabalho de guitarras, enquanto Eu Gosto de Você, Mas Também Gosto do Bar que, além do título totalmente rock and roll é uma fusão bem feita de Elvis, Reverend Horton Heat e Stray Cats. Ciúme no Swing encerra o Lado A de uma forma bem bluesy .

O Lado B começa com Prensa no Pulmão (Sheena Bonita) é bem influenciada pela música regional sulista, onde até se imagina o cidadão com umas na mente cantarolando o refrão. This This é uma das mais pesadas do LP, bem energética, enquanto Mandrágora começa com um "uhuuuu" irresistível, mas o som é bem introspectivo  e até sombrio, mostrando outra faceta das garotas.

Gal de Baby Doll é outro momento empolgante da bolacha e Último Cigarro é feita pra dançar, soando como um Beatles mais acelerado, que levanta o astral, em especial no refrão que é digamos, explosivo. Eu Não Quero Mais Nada é curta e grossa, além de ser a saideira do LP e como eu sempre falo por aqui, coroa este belíssimo trabalho das garotas.

Resumindo, um belo trabalho do quarteto feminino, que saiu num vinil bonitão em parceria com os selos Neves Records/Zoom Discos e que se você não for radical, vá atrás do som que você irá adorar. Ouça no streaming e depois adquira esse belo LP 180 gramas.

Link da resenha no YouTube:

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Paradise Lost: Draconian Times (1995)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Tai uma banda que define muito bem o que é romper com determinado nicho e agregar outras nuances e, consequentemente novos fãs. A história dos ingleses do Paradise Lost tem início no fim dos anos 80 e são considerados os pioneiros do death/doom ao lado de formações como Anathema, Katatonia e My Dying Bride.

Só que o tempo passou e com isso as mudanças vieram. A verdade é que desde "Gothic", o quinteto apresentava sutis mudanças no direcionamento, que em "Draconian Times" vieram de forma avassaladora, representando um fim de ciclo com o cenário do metal da morte por uns tempos.

Além da sonoridade diferente, a banda apresentou um novo baterista, Lee Morris, talvez o melhor músico que passou pela banda nesse instrumento, por ter uma pegada mais solta, mais "rock", soando como os grandes "batuqueiros" da época como Tommy Lee (Mötley Crüe), Rikki Rocket (Poison) e Lars Ulrich (Metallica).

Voltando ao álbum, ele tem início com Enchantment, que começa com teclados e coros, que abrem espaço para a principal mudança do grupo, as vozes limpas do vocalista Nick Holmes, que lembram em muitos momentos a voz de James Heitfield do Metallica.

Hallowed Time é digamos, o primeiro hit do álbum que lembra o anterior "Icon", só que com grooves diferentes e uma vibe bem gothic/pop 80, com ótimas guitarras e vozes instigantes. The Last Time é a música que definitivamente fez os caras explodirem. De fácil assimilação, levada irresistível e que refrão meu amigo. Um "pop disfarçado de metal".

Forever Failure retoma o pique mais melancólico além de climas etéreos, mas nada que lembre os primeiros dias do grupo. Once Solemn é mais um som que rompe com o passado e com certeza assustou os puristas. Som direto e explosivo, lembrando Holier Than You (mais uma vez), daquele grupo que teve Dave Mustaine e Jason Newsted.

Shadowkings é outra com jeitão de hit, recheada de peso e melancolia, além de um pique de arrastar multidões, graças ao jeitão pop de ser. Elusive Cure é lúgubre e pesada, sendo um momento mais calmo e introspectivo, lembrando a clássica True Belief. Yearn for Change é um hard rock mais denso em especial as guitarras, e tem mais a ver com  Alice In Chains do que o antigo Paradise Lost.

Shades of God soa soturna e mais contemporânea, enquanto Hands Of Reason apresenta uma bateria "mandando brasa", até chegar nos vocais, que mais uma vez nos conecta com "Icon", e ganha uma levada mais lenta e arrastada. 

I See Your Face possui linhas de voz irresistíveis e um instrumental que a exceção das passagens mais "tristonas",é de tirar o fã do sofá, em mais um apice do CD. Jaded encerra o álbum de forma acústica e deprê, um momento de baixa adrenalina, talvez para situar o leitor que estamos diante de um grupo soturno que meteu as caras ao ousar e lançar um álbum definitivo chamado Draconian Times.

Link da resenha no YouTube: https://youtu.be/5RkdlvEUkSU

Cauterization: Id Katharsis (2017)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Durante os dez anos de existência (2008/2018), o trio de death metal Cauterization fez uma carreira baseada no profissionalismo. Nessa década de vida, o trio composto por Maysa Rodrigues (vocal/guitarra), Well Moia (baixo) e Mauro Trojillo (bateria) lançaram materiais acima de qualquer suspeita, tendo como último ato o full "Id Katharsis).

Rotulada como blackened death metal, a música que o  executavam era um mix de brutal death metal com o technical death metal, com a essência do black metal, soando técnico, agressivo e melódico em muitos momentos.

Composto de nove faixas, o álbum abre com Interiority, que é uma intro que abre caminho para Ophilosophy, que chama a atenção pelas mudanças de andamento, com a técnica a favor da música, unindo momentos brutais e melódicos.

Deflagration é intensa e de ritmo massacrante, alem de passagens dignas de trilhas de filmes como Jogos Mortais, em especial pelos climas mórbidos e torturantes. Psyche é um interlúdio de piano executado por Sabrina Schulz que cede espaço para God, que apesar do ritmo denso possui uma linha bem instigante e perturbadora, com alguns momentos bem quebra pescoço. 

Já a faixa título começa bem climática que une melodia e brutalidade, onde os jogos de vozes death/black chamam a atenção. Crysalis to Panacea é mais um interlúdio do CD. As faixas seguintes, Belial's Cataclysm e NASU são bônus do trabalho anterior, o 7'EP NASU, que aqui foram remasterizadas.

Foram dez anos produtivos e pode se concluir que "Id Katharsis" foi um fim de ciclo vitorioso, sendo um dos melhores discos da música extrema nacional, evidenciando um legado que jamais será esquecido. Dos membros do grupo, a vocalista/guitarrista Maysa hoje está no Heurística e o batera Trojillo atua nos grupos Wolflust, Acustic Neuroma e Industrial Noise.

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sábado, 20 de julho de 2024

Entrevista com Guz69 (Metal Open Mind)


Por João Messias Jr.


Hoje vamos de entrevista, e o papo será com uma
as referências do colecionismo no Brasil. Falo de Gustavo Scafuro, mais conhecido como Guz69, a mente por trás do canal "Metal Open Mind", conhecido por falar de colecionismo e Unboxings. Nesta conversa, que vale cada minuto de ser assistida/ouvida, o entrevistado fala desses temas e muito mais.

Acompanhem a entrevista pelo YouTube:
https://youtu.be/-n98ybocG0M

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Nervochaos: Legion of Spirits Infernal (2002)

Por João Messias Jr 
Imagem: Divulgação 

Fazia um tempão que eu estava atrás deste álbum. Pra quem não conhece, o Nervochaos é uma das bandas mais prolíficas do cenário extremo mundial, tendo feito em quase três décadas de carreiras extensas turnês pelo Brasil e exterior.

Legion of Spirits Infernal é o segundo álbum dos caras e ele marca uma espécie de transição. Largando aos poucos o elemento "core" e ficando mais extremo, porém mantendo uma de suas marcas registradas até hoje: os "gang vocals".

Cold Feelings da início ao massacre dessa nova fase, com tudo mais "pesado e malvado", enquanto Envy soa veloz e agressiva, como um murro no nosso peito, além de chamar a atenção pelas palhetadas mortais, com muito groove e os já citados "gang vocals".

Conventional Lives é mais hardcore/grindcore e muda de direcionamento sem perder a essência extrema. Our Fury é aquele momento "a hora do mosh", onde se evidência algo muito legal que acompanha a banda até hoje: a divisão de vozes.

Speechless possui uma levada pesada,  cadenciada e soa mais thrash em muitos momentos, enquanto Repulsive World é bem visceral. Satanic Domain é dona de muito groove e possui uma levada bem cavala de bateria, além de solos digamos, lisergicos.

Let the Bible Burn sintoniza muito bem o que os caras fazem hoje, pois é bem extrema. Já Upside Down Crosses mixa thrash e death, com uma rifferama bem consistente e mudanças de ritmo bem sacadas. Mortal Decay é brutal e coesa.

When the Mask Falls Down é trampadona e extrema, que abre caminho para Those Behind the Light é mais um momento insandecido do grupo. A faixa título, que é a mais longa do CD, beirando os quatro minutos, se destaca pelas morbidez e um ótimo trabalho de guitarras.

Pure Hemp encerra o trabalho, que além de ser uma das músicas mais viscerais da banda (inclusive os vocais são mais pig squeals) é um dos maiores clássicos da banda. Som que deve ser executado até hoje nos shows do "nervo".

Além do track normal, o álbum conta com algumas músicas da antiga formação, que tinha o vocalista Marcelo "Gordo" (já falecido), que torna "Legion of Spirits Infernal" ainda mais especial e marcante.

Olhando para trás, a decisão dos caras em romperem com o Siegrid Ingrid em 1996 mostrou-se mais que acertada.

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segunda-feira, 15 de julho de 2024

Kurgaall: Satanization (2018)

Por João Messias Jr.
Imagens: Divulgação 

Os italianos do Kurgaall já possuem uma boa caminhada, com quase duas décadas de estrada e tem em Satanization o quarto álbum da carreira do então quarteto, que sempre teve a frente o vocalista Lord Astaroth.

Apesar de não ser tão conhecida e difundida no Brasil, o álbum que resenharei hoje saiu aqui via Hammer Of Damnation, que faz um trabalho brilhante na música extrema no nosso país.

Ao folhear o encarte, sentimos uma referência de bandas como Sextrash, mas as comparações ficam por aqui ao escutarmos a faixa título. Que passa a sensação em que se abrem os portais da viagem mística e profana do quarteto. Apesar dos pianos iniciais, temos uma música veloz e impiedosa, intercalada de poucos momentos trabalhados.

Já Desmystification Of Christ é mais caótica, carregada de morbidez, totalmente inspirada na segunda geração do black metal. Baussant é bem trabalhada, evidenciando a intimidade dos caras em suas funções até retomar os caminhos mais violentos e primitivos, além de um refrão que cola na mente. 

Nox Diaboli proporciona uma espécie de transe, graças as linhas agonizantes de voz e um ótimo trabalho de guitarras. Widow's Son é o momento fora da curva do álbum. É o som que conta com o duende nórdico Mortiis (ex-Emperor). Diferente possuem vocalizações narradas/discursadas pelo convidado, além de um instrumental que caberia bem numa banda de metal melódico.

Superior Cult of Satanás é carregada de morbidez e um clima, em especial pelas linhas de voz e (mais uma vez) as guitarras, pois criam linhas melódicas sem fugir da aura maléfica. Voivoda é perturbadora com um refrão melódico e cadenciado, soando hipnotizante e com um final apoteótico.

A Chapel of Astaroth é gélida e veloz que cirurgicamente recebe momentos atmosféricos,  dando um ar mais etéreo a canção, que volta a brutalidade sem perder o ar de evocação. 

Apesar de ter citado algumas referências aqui e ali, o Kurgaall dentro do black metal é uma banda que tiro o chapéu, pois se percebe a busca pela originalidade, sem mergulhar em moda alguma e soando atual e perturbador, onde, num mundo perfeito estaria entre os maiores.

Para encerrar, duas coisas: no ano de 2023, lançaram mais um álbum, "Ordo Sancti Daemoni" e vale muito a pena seguir os caras em mídias como Tik Tok e YouTube, pois há muita coisa legal, engraçada e esclarecedora.

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domingo, 14 de julho de 2024

Rock and Roll se comemora todos os dias

Por João Messias Jr.

O dia 13 de maio possui um sentimento muito especial para este que escreve essas linhas. Essa data marca o meu primeiro passo de guinada na vida profissional, mas isso é assunto para o futuro. Voltando a falar no tema do texto, é gratificante saber que a música que tanto amamos possui uma data específica, só que para que essa engrenagem continue girando, temos de cumprir com nossos "deveres". Deveres que passam bem longe de ser uma cartilha 

O primeiro e óbvio é acordar escutando  música boa, seja os clássicos ou algo mais contemporâneo, sem ligar alto para atormentar os vizinhos e familiares e nem encher a cara de cana e brigar com nossos entes. 

Temos de começar o nosso dia, vendo o YouTube, CD, vinil, K7, não importa o formato propagando música boa ao universo. Conhecer novas bandas, prestigiar shows underground, pois são elas que realmente precisam do seu apoio. Compartilhar as novidades que conhece com seus colegas também é importante...

... E passadas três décadas, ainda me amarro muito em conhecer novas bandas, graças ao metal archives pode se fazer isso dentro de casa, sem precisar ir a banca de jornal ou biblioteca, ou seja, tudo está em nossas mãos.

Encerrando, baseado em 1970, quando o marco zero do metal foi iniciado com o primeiro álbum do Black Sabbath,  que não é novidade pra ninguém que deixaram o caminho bem pavimentado e cabe a cada um de nós, continuar essa trilha fazendo as coisas de forma correta.


sexta-feira, 12 de julho de 2024

Entrevista: Alan Luvarth








Por João Messias Jr 

Sexta feira é dia de entrevista no canal e hoje o papo será com um dos caras multitarefas do cenário. Falo de Alan Luvarth, que atua como músico na Impure Essence, redator na Lucifer Rex, além de possuir um selo, a Black Seal Prod. A conversa ronda por essas atividades onde o entrevistado atua e muito mais. O vídeo ainda conta com a participação de Reinaldö Steel, que convida toda a comunidade para a primeira edição do "Na Lâmina da Foice Fest".

Link da entrevista no YouTube:

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Mávra: First Recordings (2018)

Por João Messias Jr.
Imagem: Arquivo Pessoal

Por nome, talvez o ouvinte não conheça, mas se eu disser o nome do mentor deste projeto, as coisas ficarão mais claras. Trata-se de mais uma empreitada do músico Fernando Iser, conhecido no cenário por bandas como Lalssu, Malediction 666 e Morte Negra.

Diferente das empreitadas citadas acima, o Mávra bebe nos primórdios do estilo, como Black Sabbath, Candlemass, Mercyful Fate e Coven, ou seja, o melhor do que hoje se chama de "Occult Rock". Outro aspecto que chama a atenção é o aspecto "secreto" deste trabalho. Pois foram disponibilizadas apenas 66 cópias deste trabalho, onde quem tem, é um felizardo.

Contando com seus faixas, ele tem início com a intro Follow the Scriptures, que é assombrosa e horripilante. The Awake of Old Witch, que começa com um dedilhado lúgubre e possui inspirações vocais a lá Mercyful Fate, sem cair nos exageros.

Transport the Plague é outra intro baseada com climas orientais e macabros. A Coffin Inside The Ship é pesada e lisergia que remete o ouvinte ao "Sabazão", ou seja, tudo é denso e carregado. 

Blame It on He é pra lá de climática e Mr. Carter é a melhor do EP, com referências do heavy rock, sem deixar de soar "oculto", com destaque para os momentos mais agressivos, fazendo uma conexão com o lado mais visceral do músico.

Um ótimo cartão de visitas que bate muito material "full" e espero que Fernando Iser grave mais coisas com o Mávra, ainda mais que essa vertente do metal está tão em voga nos dias atuais. 

Link da resenha no YouTube:
https://youtu.be/j9IFhuSIzCI

Blood Ocean: Sublime Apocalypse (2024)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Quem acompanha o blog, vai se lembrar do Menace, banda do ABC paulista que reuniu a galera para regravar antigos sons. E esse reencontro motivou alguns dos integrantes que montaram um novo grupo chamado Blood Ocean.

Assim como o antigo grupo, investem no thrash, mas com uma vibe mais atualizada, sem abrir mão do passado e com os olhos para futuro, como a faixa título, que conta com ótimos riffs inclusive. Já Dew Scent é pesadíssima e com uma levada mortífera.

Reality of Fiction já é mais moderna, densa e cadenciada, além de um refrão de impacto, cuja referência imediata é o Machine Head. Stars With You mostra toda a criatividade da banda, cujas nuances lembram o saudoso Threat.

Bleeding Ocean é bem inspirada naquele thrash do fim dos anos 80 e início dos 90. Com um instrumental bem trabalhado e vozes cruas, só que com um refrão moderno, que ficou bem interessante. Fabulous Impact é bem agressiva, inclusive com uns guturais, que aos poucos ganha elementos mais cadenciados e pogantes.

CA Swedish é um instrumental com cheirinho de Testamento graças aos climas trabalhados, só que com uma timbragem atual, o que deixou tudo bem legal, inclusive nos solos, bem Iron Maiden. Humanity vem como um rolo compressor, com um refrão inusitado e partes cadenciadas para dar um refresco. Poison Soul é bem Slayer e Pain é mais um momento modernoso, inclusive com aqueles "apitinhos".

World in Silence é uma hecatombe em forma de thrash, com muitas quebras de ritmo, baixo "gordão", ótimos solos e um sentimento nostálgico, mesmo nas passagens mais modernas.

Resumo da ópera: os caras estrearam muito bem e aparentemente a galera não descansa e que, após algumas mudanças de formação, com a entrada do baixista Anderson Mattiello e o vocalista Ricardo Viola regravaram Poison Soul e o resultando em mais peso e coesão, nos animando para futuros lançamentos dos caras.

Link da resenha no YouTube:

Screams of Hate: Nomad (2024)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Falar da Screams of Hate é relembrar de um dos períodos mais intensos deste que escreve essas linhas, no quesito shows. Época em que trabalhava na redação de um jornal no ABC e o vocal da Screams, Clayton Bartalo veio de Sampa pra me presentear com um kit da banda, um CD e uma camiseta.

Desde então, uma amizade se construiu, e nesse período assisti vários shows da banda, do Inferno Club até o Rock na Praça. Passado algum tempo, pouco ouvi da banda até que recentemente os caras soltaram Nomad, que apresenta sons inéditos e ao vivo.

Começando das novidades, Judgement mostra o groove/death metal em sua melhor forma, muitas dissonâncias e climas caóticos. Distúrbios marca o retorno da banda ao cantar em português, onde se saca sutis mudanças sonoras, em especial nos vocais, que embora agressivos, estão mais nítidos.

Ferrolho apresenta mais dissonâncias e vozes desesperadas e com solos bem legais. O material ao vivo chama a atenção pela coesão do grupo, onde alguns destaques ficam por conta de Evil, com seus riffs pesados e "lentões", o ritmo quebra pescoço de Concept e em especial Your Soul Will Pay, onde temos grooves a lá Fear Factory num clima pra lá de visceral 

Agora é aguardar por um novo Full dos caras, pois Nomad pode ser considerado como um trabalho de transição, por mostrar que em ambas as situações, os caras estão mandando muito bem.

Link da resenha no YouTube:

terça-feira, 2 de julho de 2024

Shaytan: Occult Aeon (2024)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Banda de Mogi das Cruzes que possui nove anos de caminhada e que, antes do debut, havia lançado um EP e um single, além de contar em seu line-up com rostos conhecidos, como o vocalista Daniel Blasphemoon (ex-Nervochaos).

Mesmo com poucos registros, a banda possui algumas histórias legais, como ter participado de uma edição do "Setembro Negro" e por ter sido integrante de uma coletânea virtual lançada pelo selo Satanic Hellbangers Records, lançada em 2023.

Depois do caminho pavimentado, o momento de lançar o debut chegou e ele veio na forma de "Occult Aeon". Disponivel apenas no streaming por enquanto, chama a atenção de cara pela bela capa feita pela Inkcreations Artwork, que situação bem o camisa preta na proposta da banda e pela boa produção, que deixou tudo ríspido e agressivo, sem soar embolado.

Night of Sacrifice abre o álbum e chama a atenção pelas partes voltadas ao death e pelos momentos "tortuosos" que ecoam na canção. I am The Hellfire, que é a faixa presente na coletânea citada linhas acima começa bem trabalhada, clima agonizante e ótimas linhas de baixo.

Naturon Demonto é visceral onde se imagina uma luta de boxe, onde o oponente é massacrado impiedosamente nas cordas, enquanto The Possession tem um pique bem brutal e vocais em ar de evocação, além de muita morbidez. Vengeance Honor Blood tem um pique mais death metal, ritmo quebra pescoço, sem abrir mão da veia black, em especial nas vozes de Blasphemoon.

All The Hope Is Gone é mais um momento que se caracteriza pela morbidez e partes trabalhadas, sendo uma linha que os caras deveriam investir mais no futuro. Mysterium Baphomets Revelatum começa lenta, com mais uma ótima linha de baixo até retomar a pancadaria. Abyssal Voices è bem death metal old school. 

The Thrice is Greatest to Ninningal é a última do álbum que se trata de um cover do Absu e comparando com a original, a versão dos brazucas soa mais poderosa, creio que por ter uma gravação melhor e com certeza terá a aprovação de Proscriptor Mc. Govern (ex-integrante do Absu).

Além do track normal, o trabalho vem com as faixas do EP "Ancient Shadows" remasterizadas, o que permite o fã sacar bem a evolução do grupo, que embora não tenha mudado a proposta musical, soa melhor e mais coeso nos dias atuais.

Uma boa estreia e espero que os caras se animem em lançar esse trabalho no formato físico, pois quem é fã do estilo, curtirá em cheio o que o Shaytan concebeu em "Occult Aeon".

Resenha do álbum no YouTube:
https://youtu.be/FcSGbxqumIU

Institution: O Grande Vazio (2024)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

O álbum "Ruptura do Visível", lançado em 2020 pelo Institution pode se dizer que abriu muitas portas para o quinteto paulista e como consequência, deixou a galera mais em evidência. O que acredito que essa visibilidade aumentará ainda mais com recém lançado EP "O Grande Vazio".

Para aqueles que não conhecem a sonoridade dos caras, embora rotulados como um grupo de metal/hardcore, o som deles possui muito mais nuances, como o djent e o post metal, que resulta num mix musical caótico, (muito) pesado e explosivo. 

O trabalho vem embalado numa produção excelente, feita pela própria banda e masterizado por Fernando Sanches. Composto de quatro sons, abre com a música Lapso, que possui um vídeo interessante e nos transmite caos e desespero. A seguinte, Eulogia A Um Futuro Esquecido é um interlúdio melódico, que conta com a participação de Jair Naves (ex-Ludovic), Assimetria é muito brutal e cheia de ambiências, sendo a melhor do EP, que se encerra com Autofagia, que chama a atenção pelo minimalismo, coroando mais um ótimo trabalho do quinteto.

Um bom "tira gosto", que deixa os fãs bem ansiosos pelos próximos passos do grupo.

Resenha do álbum no YouTube:

Dirty Grave: Sin After Death (2019/2024)

Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação   São onze anos de estrada deste trio, que começou as atividades no interior de São Paulo e hoje est...