quinta-feira, 25 de julho de 2024

Paradise Lost: Draconian Times (1995)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Tai uma banda que define muito bem o que é romper com determinado nicho e agregar outras nuances e, consequentemente novos fãs. A história dos ingleses do Paradise Lost tem início no fim dos anos 80 e são considerados os pioneiros do death/doom ao lado de formações como Anathema, Katatonia e My Dying Bride.

Só que o tempo passou e com isso as mudanças vieram. A verdade é que desde "Gothic", o quinteto apresentava sutis mudanças no direcionamento, que em "Draconian Times" vieram de forma avassaladora, representando um fim de ciclo com o cenário do metal da morte por uns tempos.

Além da sonoridade diferente, a banda apresentou um novo baterista, Lee Morris, talvez o melhor músico que passou pela banda nesse instrumento, por ter uma pegada mais solta, mais "rock", soando como os grandes "batuqueiros" da época como Tommy Lee (Mötley Crüe), Rikki Rocket (Poison) e Lars Ulrich (Metallica).

Voltando ao álbum, ele tem início com Enchantment, que começa com teclados e coros, que abrem espaço para a principal mudança do grupo, as vozes limpas do vocalista Nick Holmes, que lembram em muitos momentos a voz de James Heitfield do Metallica.

Hallowed Time é digamos, o primeiro hit do álbum que lembra o anterior "Icon", só que com grooves diferentes e uma vibe bem gothic/pop 80, com ótimas guitarras e vozes instigantes. The Last Time é a música que definitivamente fez os caras explodirem. De fácil assimilação, levada irresistível e que refrão meu amigo. Um "pop disfarçado de metal".

Forever Failure retoma o pique mais melancólico além de climas etéreos, mas nada que lembre os primeiros dias do grupo. Once Solemn é mais um som que rompe com o passado e com certeza assustou os puristas. Som direto e explosivo, lembrando Holier Than You (mais uma vez), daquele grupo que teve Dave Mustaine e Jason Newsted.

Shadowkings é outra com jeitão de hit, recheada de peso e melancolia, além de um pique de arrastar multidões, graças ao jeitão pop de ser. Elusive Cure é lúgubre e pesada, sendo um momento mais calmo e introspectivo, lembrando a clássica True Belief. Yearn for Change é um hard rock mais denso em especial as guitarras, e tem mais a ver com  Alice In Chains do que o antigo Paradise Lost.

Shades of God soa soturna e mais contemporânea, enquanto Hands Of Reason apresenta uma bateria "mandando brasa", até chegar nos vocais, que mais uma vez nos conecta com "Icon", e ganha uma levada mais lenta e arrastada. 

I See Your Face possui linhas de voz irresistíveis e um instrumental que a exceção das passagens mais "tristonas",é de tirar o fã do sofá, em mais um apice do CD. Jaded encerra o álbum de forma acústica e deprê, um momento de baixa adrenalina, talvez para situar o leitor que estamos diante de um grupo soturno que meteu as caras ao ousar e lançar um álbum definitivo chamado Draconian Times.

Link da resenha no YouTube: https://youtu.be/5RkdlvEUkSU

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