quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Gus Monsanto: Dandelions (2024)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Vocês já se acostumaram com algo que digo ao resenhar álbuns: é muito legal quando nos reparamos com artistas que buscam fugir das "forminhas de bolo". Pois não há nada mais chato para um crítico ver grupos/artistas remando conforme a maré.

Agora, falando no protagonista da resenha de hoje, o vocalista Gus Monsanto, foram oito anos de espera para o seu novo trabalho solo, desculpe a repetição, oito anos após o excelente "Karma Café", que veio "muito bem, obrigado" na forma de "Dandelions".

Pra quem não conhece o vocalista, podemos dizer que o músico carioca é um veterano no cenário. Desde o início dos 90 ele já estava no cenário com o Angel Heart (banda importante no cenário hard), nos anos 2000 mostrou seu talento na gringa em grupos como Adágio, Human Fortress e Revolution Renaissance, mas respeitando todos os trabalhos que o cantor fez, a sua carreira solo é o grande destaque.

Sabe o porquê digo isso? Porque ao ouvir Dandelions, é mais que perceptível que não houve a preocupação em seguir modas ou tendências, mas fazer o próprio som e o que temos aqui é um disco que ao mesmo tempo que soa contemporâneo soa fiel ao passado hard do cantor, o que aqui é maravilhoso.

Unbroken é a faixa de abertura do álbum e logo nos primeiros minutos já entrega o que ouviremos: vozes limpas/densas/ardidas, instrumental pesado e aquele refrão arrebatador. Imaginary Friends é o primeiro hit do álbum. Hard pesado, vocalizações cheias de feeling e um refrão puro grude. Polaroid é um interlúdio acústico.

O lado hard volta em Cavok, só que de forma acústica vozes ora potentes, ora melancólicas, tudo colando na mente, onde a vontade de ver as letras do álbum é instantânea. Serendipity trás de volta o pique mais acústico, só que de jeitão mais cinematográfico, com voz e cordas que você fã do estilo já sabe.

Stentorian transporta o ouvinte aos anos 80, um mix de hard/blues/soul onde há linhas de voz esganiçadas que grudam. Sem contar o solo que é digno dos guitar heroes do estilo. A faixa título é totalmente guiada pela emoção que lembra muito o gospel dos anos 60, onde é impossível não se emocionar. What Doesn't Killing Me é outro momento semi acústico de comoção imediata.

This Game é aquele momento que você para de fazer as coisas, tomar sua bebida favorita e apreciar essa música, contagiante,  emocionante, o ápice do álbum. Já Daizy Chain é um hardaço no melhor estilo cigarro Hollywood, naquela linha pesada/chicleteira. Naquele momento em que se pensa o seguinte: se não se emocionar ouvindo esse som, algo está errado com voce.

Waiting For a Sign dona de cordas limpas e uma levada mais bluesy, num momento mais introspectivo, onde parece que Gus está falando com o ouvinte. The Circus Left Town retoma o pique mais apoteótico com aqueles ingredientes que os fãs do estilo amam: vozes com dobras e para cantar junto.

Hypnotized é hardeira das boas com um refrão daqueles e como eu sempre falo: coroa esse belo trabalho, que assim como os já comentados do Amazing e Tellüs Terrör é candidato aos melhores do ano.

Gus Monsanto é daqueles caras que conseguiu algo que poucos músicos/grupos/artistas conseguem: ter DOIS discos excelentes na bagagem.

Link da resenha no YouTube: 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cavalo Vapor: Cavalo Vapor (1997/2024

Por João Messias Jr. Imagem: Divulgação   No cenário do rock/metal nacional, tivemos inúmeras injustiças sobre bandas que poderiam ter conqu...