Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação
Se o amigo camisa preta contar apenas os discos solo, estamos diante do décimo terceiro trabalho da "Tia Alice" e quem acompanha o cantor desde os tempos do Alice Cooper Group, sabe da versatilidade do artista.
Desde os anos 70, período que viveu um dos seus ápices da carreira, passando por períodos incertos na década seguinte até retomar o topo com "Trash" (1989). A boa maré prosseguiu com o ótimo "Hey Stoopid" e encerrando essa espécie de trilogia hard rock o nosso objeto de estudo de hoje, "The Last Temptation".
Lançado no ano de 1994, o trabalho chama a atenção em especial em comparação com os álbuns citados acima, ele soa menos pesado e digamos, mais contemporâneo, antenado com os estilos que estavam em alta na época, no caso o grunge.
O álbum é ruim? De forma alguma, pois Alice é um cara que sabe como fazer ótimos álbuns. Impressões que dão as caras logo em Slideshow, faixa de abertura do disco, que é cheia de vozes grudentas e ótimos solos. Nothing's Free começa bem no jeito do ACG, que se funde a uma levada mais densa e um ótimo refrão.
Lost In America foi uma das faixas de promoção do álbum, um puta hard contagiante que não deixa ninguém parado, enquanto Bad Place Alone começa bem pop dos anos 80 e descamba para guitarras pesadas e um refrão mais introspectivo. You're My Temptation começa bem "moderna" (grunge), mas com o jeitão que tia Alice sabe como fazer, encerrando muito bem o lado A do vinil.
O lado B começa com Stolen Prayer num primeiro momento sugere uma balada acústica e emocional. É meia verdade. Mas temos outros detalhes: é um som composto por Chris Cornell, que divide os vocais aqui. Unholy War é diferentona e esquisitona, porém com um refrão que não sai da mente e um bom trabalho de guitarras.
It's Me é outra faixa de promoção do álbum e é a melhor do álbum. Composição em parceria com a dupla do Damn Yankees, Jake Blades e Tommy Shaw é uma puta balada legal, puro grude, que refrão, que som. Cleansed by Fire é a saideira do álbum, que começa bem introspectiva e ganha peso em seu decorrer, numa levada mais cadenciada, próxima ao rock teatral que fazia nos anos 70.
Mesmo sendo inferior e menos pesado que os anteriores, The Last Temptation é um ótimo álbum, ainda mais se levarmos em conta o que foi feito pela concorrência na época.
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