segunda-feira, 15 de julho de 2024

Kurgaall: Satanization (2018)

Por João Messias Jr.
Imagens: Divulgação 

Os italianos do Kurgaall já possuem uma boa caminhada, com quase duas décadas de estrada e tem em Satanization o quarto álbum da carreira do então quarteto, que sempre teve a frente o vocalista Lord Astaroth.

Apesar de não ser tão conhecida e difundida no Brasil, o álbum que resenharei hoje saiu aqui via Hammer Of Damnation, que faz um trabalho brilhante na música extrema no nosso país.

Ao folhear o encarte, sentimos uma referência de bandas como Sextrash, mas as comparações ficam por aqui ao escutarmos a faixa título. Que passa a sensação em que se abrem os portais da viagem mística e profana do quarteto. Apesar dos pianos iniciais, temos uma música veloz e impiedosa, intercalada de poucos momentos trabalhados.

Já Desmystification Of Christ é mais caótica, carregada de morbidez, totalmente inspirada na segunda geração do black metal. Baussant é bem trabalhada, evidenciando a intimidade dos caras em suas funções até retomar os caminhos mais violentos e primitivos, além de um refrão que cola na mente. 

Nox Diaboli proporciona uma espécie de transe, graças as linhas agonizantes de voz e um ótimo trabalho de guitarras. Widow's Son é o momento fora da curva do álbum. É o som que conta com o duende nórdico Mortiis (ex-Emperor). Diferente possuem vocalizações narradas/discursadas pelo convidado, além de um instrumental que caberia bem numa banda de metal melódico.

Superior Cult of Satanás é carregada de morbidez e um clima, em especial pelas linhas de voz e (mais uma vez) as guitarras, pois criam linhas melódicas sem fugir da aura maléfica. Voivoda é perturbadora com um refrão melódico e cadenciado, soando hipnotizante e com um final apoteótico.

A Chapel of Astaroth é gélida e veloz que cirurgicamente recebe momentos atmosféricos,  dando um ar mais etéreo a canção, que volta a brutalidade sem perder o ar de evocação. 

Apesar de ter citado algumas referências aqui e ali, o Kurgaall dentro do black metal é uma banda que tiro o chapéu, pois se percebe a busca pela originalidade, sem mergulhar em moda alguma e soando atual e perturbador, onde, num mundo perfeito estaria entre os maiores.

Para encerrar, duas coisas: no ano de 2023, lançaram mais um álbum, "Ordo Sancti Daemoni" e vale muito a pena seguir os caras em mídias como Tik Tok e YouTube, pois há muita coisa legal, engraçada e esclarecedora.

Link da resenha no YouTube:

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