Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação
Talvez essa seja a maior injustiça na história do rock/metal. Pois aqui tudo foi feito de forma correta e nos mínimos detalhes. Inclusive na escolha da nova voz do grupo. A história todos sabem, na década de 1990, o vocalista Vince Neil resolveu deixar o grupo para seguir carreira solo e coube aos remanescentes buscar por um cantor.
O escolhido foi o americano John Corabi, que havia feito bonito no The Scream não figurou apenas na função de intérprete, pois o recém contratado chegou compondo e sendo uma força motriz no que veio a ser o álbum auto intitulado do quarteto. E que álbum!
Apostando em uma música mais pesada, encorpada e com um toque contemporâneo, Mötley Crüe (o álbum) é um trabalho primoroso musicalmente, que conta com uma excelente produção, a cargo de Bob Rock (Metallica, Skid Row, The Cult), resultando em excelentes atuações musicais e canções primorosas.
Power to The Music é pesadíssima, onde Tommy Lee espanca suas peles de bateria, além de riffs excelentes e John mostrando a que veio. Uncle Jack mantém o peso, além de uma letra forte, que aborda abusos e pedofilia. Hooligans Holiday foi um dos vídeos de divulgação é um baita hit, aquele som contagiante. Bem pesada, várias "camas"de voz, e mais uma ótima atuação vocal.
Misunderstood foi outra faixa videocliptica. A primeira balada do disco. Começa bem acústica, com referências do southern, vozes a lá Beatles e quando menos se espera fica mais intensa, além de contar com a participação do vocalista Glenn Hughes. Loveshine é semi acústica com vozes e backings se fundindo em profusão.
Poison Apples é mais uma que flerta com os 70, muitas harmonias, refrão apoteótico, onde sugiro retirar os móveis da sala e se entregar a canção. Hammered é uma das mais pesadas e obscuras do álbum. Vozes melancólicas, riffs hipnotizantes que quando se vê, estamos cantando com os caras.
Till Death Do As Part é outra balada do álbum, que segue uma linha mais tétrica, enquanto Welcome To The Numb é mais próxima da fase Vince Neil, enquanto Smoke The Sky é visceral com algumas influências industriais que resulta na música mais agressiva do CD.
Dropping Like Flies é outro ápice do álbum unindo momentos densos e pesados com uma guitarra bem marcante. Driftaway é saideira do disco. Uma balada inspirada de climas acústicos e viajantes que cola de imediato, sendo uma das melhores músicas não só da banda, mas do hard rock.
Musicalmente trata-se do melhor trabalho do quarteto, onde tudo foi feito da forma correta, canções esmeradas, além de terem contratado um excelente vocalista. Que infelizmente esbarrou nos fãs da banda, que talvez estivessem esperando uma continuação de álbuns como Dr. Feelgood, o que felizmente não foi o caso...
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