Por João Messias Jr.Imagem: Divulgação
Não é novidade pra ninguém que tem surgido uma espécie de "revival" do rock dos 60/70, que como consequência gerou bandas legais pra caramba, tendo como maiores destaques Lucifer e Blues Pills, que curiosamente lançaram álbuns nesse ano de 2024.
Citei os dois grupos porque cada uma bebe de uma fonte: o primeiro é mais carregado e malvado e o segundo mais psicodélico. E sabem o mais legal disso? Tem uma galera que embora englobe o melhor das duas tendências, busca trilhar o próprio caminho: como os holandeses do Molassess.
Talvez o nome Molassess não soe familiar, mas muitos se lembrarão do The Devil's Blood, grupo que surgiu no início do século vinte e um, chegando a soltar três fulls e alguns EPs, que terminou seu ciclo devido a morte de um de seus integrantes.
Coube a vocalista Farida Lemouchi em 2019 remontar o grupo, que conta com caras que tocaram em bandas como Astrosoniq, Birth Of Joy e Donnerwetter e aí nasce o Molassess, cujo fruto musical é o álbum Through The Hollow, que saiu na Europa via Season Of Mist e no Brasil pela Black Metal Store.
Apostando em climas ora macabros, ora viajantes e progressivos, o álbum se mostra uma grata surpresa, que chama a atenção pela qualidade dos arranjos, vozes suaves e narradas, além de um trabalho de guitarras diferenciado. O trabalho começa com a faixa título que em meio aos seus onze minutos, trilhamos por caminhos instigantes e um refrão hipnotizante. Get Out From Under une viagem e peso com uma levada contagiante, enquanto Formless Hands soa mais melódica que as anteriores.
Corpses Of Mind é uma das mais curtas do álbum, com cerca de cinco minutos, tem uma marcação de tempo interessante, onde aos poucos entram vozes etereas é cordas mais limpas. The Mazé Of Stagnant Timeé pesada e dançante, com referências do hard setentista e I Am No Longer é uma das músicas mais bonitas do disco. Densa e progressiva, possui vozes em camadas que soa como a trilha da nossa passagem a um bom lugar.
Death Is é bem psicodélica com guitarras de cair o queixo, enquanto Tunnel é um instrumental bem fúnebre. A saideira do disquinho fica por conta de The Devil Lives tem uma levada pop que envolve por completo, que em meio aos mais de dez minutos passa por momentos intimistas, perturbadores, até retomar o pique inicial.
Through The Hollow não é apenas um disco fantástico, mas é uma das bandas mais legais que ouvi nos últimos dez anos. Justamente pelo fato da banda soar original e criativa. Uma pena que não se tem notícias de novos trabalhos do grupo nas redes sociais. Vamos aguardar por novidades.
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