domingo, 1 de setembro de 2024

Calvary Death: Jesus Intense Weeping (1994)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Meu amigo camisa preta, você já comprou um disco pela capa ou quis conhecer uma banda pelo nome? Entrei nesse assunto por que lá pelos idos da década de 1990 (início da minha caminhada no metal), era um leitor assíduo de revistas como Rock Brigade, em especial por causa da sessão de demos. Nessas lidas, uma banda, ou melhor, um nome me chamou a atenção: Calvary Death.

Era a resenha de uma demo chamada Sacred Witch Blessed, trabalho que abriu caminho para o debut, que tem um nome no mínimo impactante: Jesus Intense Weeping, cuja capa é uma das mais belas e assustadoras feitas até hoje. 

Só pelos dois parágrafos creio que mostrei a vocês como é o lance de adquirir material pela capa e pelo nome do grupo. Mas garanto a vocês que o principal ainda está por vir: o som. Embora atuasse naquela pegada death/thrash de pegada mineira, o quarteto buscava fugir um pouco disso, você ouve aqui momentos mais trabalhados, quedas para o doom e vozes tentando fugir dos urros, berros e gritos mais tradicionais.

Sacred With Blessed é o primeiro ataque do álbum, que começa com uma pequena sátira, que logo vira uma pancadaria com bateria na velocidade da luz e os vocais, que soam mais "robóticos", além de guitarras bem legais. Penetrating in The Eternal Frost, é veloz e possui ótimas variações, enquanto Scum é puro death/thrash perfeito para o mosh.

A seguinte, The Fall Of Lucifer apesar do início mais calmo, é mais um momento esmaga crânio do álbum, só que com muita coesão e morbidez. I'm Spiring é bem violenta, enquanto Reborn From Hell une todas as características do álbum.

Spiritual Suffocation é um dos ápices do disco graças as passagens que beiram o technical death metal e um show de guitarras. Predicting The Death começa acústica e logo se transforma em pura pancadaria. Baptism of Blood é mais influenciada pelo thrash, enquanto a faixa título é o último ato do track normal do álbum.

A partir de agora entramos nos bônus do álbum, que começa com uma intro que não acresce muita coisa. Já Immortal Símbols (grafado errado no encarte) aponta caminhos ainda mais técnicos, enquanto Cursed Be é instigante e viciante graças ao refrão que é simples, porém arrebatador.

Gritos da Boca do Inferno é mais doom e climática e Sanctuary of the Ethereal Pain é perturbadora e nos brinda com um final msis tétrico e climático, encerrando esse belo registro do metal mineiro.

Alguns anos depois, os caras lançaram outro álbum, Serpent, encerrando suas atividades em 2012, ano em que o vocalista/guitarrista Ruddy Souza deixava este plano.

Link da resenha no YouTube:

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