quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Rush: Countemparts (1993)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Um dos objetivos quando criei o canal do YouTube e por consequência esse blog foram ferramentas para continuar ativo no cenário do rock/metal e (talvez a mais importante) ampliar o meu vocabulário musical. Além de falar sobre estilos que amo, ter a oportunidade de tecer algumas palavras sobre outras praias.

Já falei de reggae (Cidade Negra/Skank), música nordestina (Banda Reflexu's) mas confesso que falar de um dos ícones do rock progressivo deu aquele frio na barriga. Ainda mais se tratando de um dos maiores ícones do estilo: os canadenses do Rush. Não que eu não tenha conhecimento sobre o som dos caras, pois já falei deles na Roadie Crew e gosto demais de álbuns como Test for Echo, Vapor Trails, Power Windows e Fly By Night.

Com essa bagagem, era o momento pra falar de "Countemparts", décimo quinto álbum do trio lançado em 1993 que apontava novos caminhos. Com a banda abandonando cada vez mais a sonoridade moldada por sintetizadores e buscando algo mais orgânico e direto (reflexo do cenário musical da época). Proposta que ganhou corpo na produção de Peter Collins (Suicidal Tendencies, Stray Cats) e a capa, que sintetiza bem os anos 90.

Mas e o som? Com faixas na média de 4 a 6 minutos, temos uma audição agradável, que agradará antigos e novos fãs, como podemos ouvir logo de cara em Animate, que mostra as características básicas da banda: a quebradeira e as vozes anasaladas de Geddy Lee, além de soar bem pesado. Stick It Out é sensacional e possui um refrão de impacto num mix de hard rock e grunge. Out to The Chase começa lenta e com vozes discursadas e une fãs das antigas a outros contemporâneos. 

Nobody's Hero (que tocou bastante nas rádios daqui) è o típico hit: começo acústico, vozes limpas e um refrão arrebatador, além das orquestrações, que deixaram tudo mais denso. Between Sun & Moon é pesada e grudenta em mais um belo refrão, além de riffs puramente influenciados pelo rock dos 60/70. Alien Shore é mais um momento que conecta as fases da banda, enquanto The Speed Of Love è mais uma com jeitão de hit.

Double Agent é densa, melódica e vai ganhando momentos instigantes e muitas quebras de ritmo,  me fazendo refletir porque não falei dos caras antes. Leave That Thing Alone é um instrumental envolvente, com jeitão trilha de filme e muito pesada. 

Cold Fire é aquele som que se imagina o Geddy Lee falando nos shows "vocês estão cansados?" ,onde temos o ápice do disco: um hard certeiro com muitas camas de voz. Everyday Glory é uma faixa que mescla ares de trilha sonora com muito peso e linhas mais melancólicas, encerrando esse belo álbum.

Difícil dizer se é o melhor trabalho deles, até porque o Rush teve diversas fases, mas o que vale dizer é que "Countemparts" vale muito a pena escutar de ponta a ponta.

Link da resenha no YouTube:

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