Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação
Essa resenha meio que caiu no meu colo, por ser na verdade um pedido de um inscrito no canal. Levou algum tempo, mas fui atrás do trabalho e com os atrasos dos correios e por ter comprado o CD em uma loja no sul do país levou um pouco mais de tempo. Meses depois a resenha está nas linhas abaixo.
Na parte de decifrar e ouvir o material, algumas surpresas, pois ao checar o álbum, vi que os caras fazem/faziam parte de grupos como Excommunication, Ocultan e Triumph. Mas não acabou, a produção foi feita pelo amigo Victor Prospero e o lançamento foi feito pelos selos Black Seal Prod. e Obscure Chaos Distro, ou seja, tudo em casa.
Após essas digamos, boas impressões, vamos ao som, e aí é que temos outra surpresa boa, pois os caras buscam reviver os climas gélidos da segunda onda do black metal (Escandinávia), só que do jeito brasileiro, com muita criatividade e personalidade.
Elementos que aparecem até no track do álbum com a intro When The Wolves Reign The Land Of Lambs, que é um poema declamado, com teclados fúnebres, que abre caminho para a faixa que nomeia o grupo, outro interlúdio assustador.
Só que é a faixa Inferno Astral mostra a real intenção dos caras: um som gélido e impiedoso, só que feito de forma mais cadenciada e envolvente, em especial as vozes, extremamente perturbadoras. Consternation começa bem violenta e caótica, onde é evidente a busca pela personalidade própria, sem cair na barulheira desenfreada, dando de 10 a 0 em muita coisa considerada clássica nacional e internacional.
Shadows in Your Cremation é mais um interlúdio do disco, enquanto Hill Of Lost Souls vem com os pés no peito do ouvinte, com direito a algumas vozes que faz vir a mente uma batalha espiritual. Speaking "Alone" In Ancient Linguagem vem com teclados fúnebres e é outra declamação do grupo as suas crenças.
In Constant Devotion é mais um interlúdio desesperador. A saideira do álbum vem em Vulto Noturno, que é a mais diferente do material. Mais trabalhada e com elementos que vão do death metal ao Black Sabbath, que somadas ao poder maléfico do trio, transporta o ouvinte ao caos.
Mais uma grata surpresa vinda do nosso underground, e o mais interessante disso tudo, é que ao meu olhar e pelos envolvidos, foi uma ação entre amigos.
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