Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação
Musicalmente, estou diante de um dos trabalhos mais bonitos do meu acervo no quesito musical. Se trata de "Act One", quarto álbum dos mineiros do Paradise In Flames, banda com mais de duas décadas de caminhada que a cada ano galga mais degraus no hall das maiores e melhores bandas de música extrema nacional.
Seja pelos vídeos, shows e em especial pela sua música, que funde com destreza black metal com a música clássica e sinfônica, soando elegante sem deixar de ser malévola. Outro detalhe fica por conta da versão em vinil do trabalho, que recebe uma versão luxuosa em capa dupla e vinil 180 gramas.
O lado A do álbum começa com Old Ritual to An Ancient Curse, que é bem pesada e caótica. Em meio a tempestade recebe climas operisticos, dando ao ouvinte uma sensação de desespero e dor. Bringer of Disesase é um momento inusitado, pois soa como um musical clássico black metal, onde o refrão em coro te arrebata de forma instantânea.
Evil System começa de forma impiedosa, com umas vozes gélidas, com referências do thrash e industrial, sem abrir mão do lance sinfônico, que flui com naturalidade a cada segundo. Dancer of the Past que nos transporta para um teatro, graças ao clima operistico. Last Breath começa com muitos teclados e muita dramaticidade nas vozes femininas, marcam o início da canção, mas logo os climas macabros dão as cartas, fechando o primeiro lado do vinil de forma bela e soturna.
The Sinner (Act I) abre o lado B com um ótimo trabalho de guitarras, até ganhar um instrumental cadenciado e vozes pra cantar junto, até chegar num refrão apoteótico. Isso sem contar o solo, de exímio bom gosto. Delirium (Act II) é instigante e assustadora, enquanto Unseen God tem um jeitão death, que logo ganha arpejos e passagens mais intrincadas, até chegar em climas mais densos e agressivos.
Learn From Mistakes tem vozes graves e um clima vampiresco, além de referências ao gothic rock 80. The Way to Pentagram é igualmente assustadora com linhas gélidas e agressivas e o disco de encerra com Dark Pilgrimage, que começa acústica, sugerindo algo a lá Nightwish, mas o que se ouve é uma canção que une climas clássicos e fúnebres, vozes femininas carregadas de emoção, unindo o erudito e o extremo.
Não há muito mais o que dizer, além de que "Act One" é daqueles discos que beiram a perfeição e surpreende o ouvinte a cada nota executada.
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