quinta-feira, 20 de junho de 2024

Agathodaimon: Serpent's Embrace (2004)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Se eu ou alguém falar pra vocês  de um disco lançado no ano de 2004, é porque ele é no mínimo especial. E o quarto álbum desses germânicos foi bem difundido mundo afora,  graças a Nuclear Blast na Europa e a Rock Brigade/Laser Company no Brasil.

Só que não se engane que o quinteto capitaneado pelo guitarrista/vocalista Sathonys (único membro original do grupo) se valeu apenas de um bom suporte, o Agathodaimon possui competência de sobra. Embora esteja rotulada como uma banda de black metal sinfônico, a musicalidade dos caras é muito mais ampla, podendo agradar uma gama de fãs que vai de Paradise Lost, Stratovarius, Dimmu Borgir até Deathstars e The Cure por exemplo.

Cellos For the Insatiable é a faixa que abre o álbum, é repleta de variações que vão do metal melódico ao groove, além de vozes guturais/beiradas, num som bem construído e porque não, ousado. Já a faixa título possui um dueto de guitarra e teclado bem power metal e descamba para o eletrogótico, perfeito para a galera que frequenta casas como Madame e Autobahn.

Light Reborn é pesadona e com pique bem thrash, com grooves bem sacados, além de grooves bem sacados e um refrão épico e melodioso. Faded Years continua na vibe groovada sobre uma referência bem legal do disco, o gothic rock oitentista. Nuance que aparece no refrão, além do industrial, que deixa tudo bem caótico.

Solitude é um momento introspectivo do disco. Uma música emotiva, guiada pela voz feminina a cargo de Ruth Knepel, que é um dos pontos altos do album, sendo lúgubre, pop e melódica. Limbs for a Stare retoma o peso, unindo passagens apoteóticas e linhas vampirescas de voz. The Darkness Inside é dona de uma levada irresistível com passagens góticas/industriais mescladas ao peso, e com um ótimo refrão.

Bitter End é pesadona e arrastada e ganha velocidade e teclados mais melódicos, além de um ritmo avassalador, até ganhar um pique "levanta defunto". Feelings é mais uma faixa com jeitão de hit. Pesada e um refrão totalmente pop, inspirada em nomes como Depeche Mode, com destaque para as linhas de guitarra, teclados e voz, inclusive com um solo bem sacado, sendo o ponto alto desse belíssimo álbum.

Bem produzido e com uma sonoridade que soa atual até hoje, que assim como o Darkane, não explodiu por  ter muitos concorrentes e, talvez pela sonoridade ampla demais para a geração forminha de bolo, que infelizmente assola o cenário mundial. A banda está por aí até hoje, com uma formação bem diferente desse álbum, que tem como registro recente o álbum "The Seven", lançado em 2022, via Napalm Records.

Para encerrar, uma curiosidade sobre os caras. Por um período, nas apresentações ao vivo, a banda contou com um brasileiro em suas fileiras, o cearense Nicolao dos Santos. Músico radicado na Alemanha, e que faz/fez parte de bandas como Steorrah e Hadean.

Link da resenha no YouTube:

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