quarta-feira, 26 de junho de 2024

Lucifer: Lucifer V (2024)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Vale a pena dizer que, se você ouve Lucifer hoje, agradeça a um cara chamado Lee Dorrian. Músico que gravou os dois primeiros álbuns do Napalm Death e fez parte do Cathedral, banda que foi um dos pilares desse revival dos anos 60/70.

Além de ser o pilar de um movimento, Dorrian criou um selo destinado a música obscura, psicodélica e pesada, a Rise Above Records, que foi responsável por revelar ao mundo o Lúcifer. Não apenas revelar, mas lançar os dois primeiros álbuns da banda, que neste ano de 2024 lançou seu mais recente álbum, "Lucifer V".

Em comparação aos trabalhos anteriores (todos muito bons por sinal), temos o mais completo álbum do grupo, soando pesado, melódico e acessível, tudo na medida certa. Tudo embalado num projeto gráfico interessante e uma ótima produção, que mescla a fúria do passado com o brilho das gravações atuais.

Fallen Angel é a faixa de abertura do disco, cujos riffs iniciais lembram o Kiss, mas essa impressão logo cai por terra, ficando bem pesada, assim como At The Mortuary, que apesar do título remeter ao death/black, é um grude, colando na mente de forma instantânea.

Riding Reaper é outro som maravilhoso, com um pique dançante, com destaque para as guitarras, um deleite para aqueles que apreciam o instrumento. Slow Dance In The Crypt é a balada do disco. Melancólica e com ótimas melodias. Tem tudo para ser aquele momento dos shows que a galera ergue os celulares.

A Coffin Has No Silver Lining é conhecida do público por ser um dos vídeos de promoção do álbum. Pegajosa e com um refrão acessível, o que nos leva a constatar que Johanna Platow Anderson é a melhor vocalista da atualidade. Maculate Heart é bem cativante e uma levada pop sensacional.

The Dead Don't Speak além do título no mínimo inspirado, se destaca pelas linhas de voz hipnóticas, peso e lisergia. Strange Sister possui pique contagiante, bem rock and roll e Nothing Left to Lose, But My Life é a saideira do álbum. Dona de um título bem sacado e irônico, lembra "Dreamer", do segundo álbum da banda, só que mais épica, onde a banda toda da um show a parte.

O melhor álbum da banda sem via de dúvida e o mais legal disso é que o Lucifer não se afastou um milímetro de sua proposta sonora, apenas a aperfeiçoou, cujo resultado está descrito linhas acima. Méritos mais que merecidos do quinteto e (claro) do mítico Lee Dorrian.

Link da resenha no YouTube: https://youtu.be/qNyqXuye610

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