segunda-feira, 6 de maio de 2024

Tellus Terror: DEATHinitive Love AtmosFEAR (2024)

Por João Messias Jr 
Imagens: Divulgação 

Vale a pena iniciar a resenha falando sobre o profissionalismo da banda, ao enviar para a imprensa um kit com a camiseta e a mídia física pra rolar no player, mostrando a preocupação com todos os públicos, ao invés de focar apenas na "geração streaming".

Após a belíssima impressão visual, entraremos agora no aspecto histórico. Fundada em 2012 no Rio de Janeiro e podemos dizer que a Tellus Terror  veio a esse mundo pra fazer a diferença no cenário, graças ao profissionalismo de seus materiais e (principalmente) a sua música, que reúne elementos extremos e angustiantes, cujo debut, batizado "Ez Live DV8", rendeu ótimas resenhas e apresentações ao lado de nomes como Krisiun, Belphegor e Behemoth.

O profissionalismo dos caras foi tão levado a risca que na produção foi convocado o renomado Fredrik Nostron (Dream Evil, Shadowside, Dimmu Borgir, In Flames) para a mix/master e o projeto gráfico feito por Seth Siro Anton (Septic Flesh). 

Depois um hiato, a banda retorna com o mesmo impacto dos primeiros dias, agora com o segundo e definitivo álbum, DEATHinitive Love AtmosFEAR, que já chama a atenção pela sacada do título, cujas letras em caixa alta, relatam as maiores aflições do ser humano: a morte e o medo.

Apesar da arte e a foto do encarte sugerirem algo voltado ao black metal, a musica dos cariocas abrange diversos elementos, como o death, thrash, gothic, prog e até o pop, tudo de forma amarrada e envolvente, numa timbragem moderna e atual 

Amborella's Child inicia os trabalhos, com teclados tetricos e uma levada bombástica, feita para cantar junto, unindo os estilos que citei acima e empolgante. Absolute Zero é mais instigante e soturna, recheada de partes apoteóticas, sem abrir mão do peso e agressividade.

Darkest Rubicon conta com um clima vampiresco, de forma bem agressiva, mas ao mesmo tempo bem acessível, graças as melodias contagiantes, além de vozes perfeitas para a viagem sonora do grupo. Já em Psyclone Darxide começa com teclas sintetizadas/industriais que sugere formações como Deathstars, só que rapidamente a linha característica da banda aparece e é incrível como a transição de estilos são natural. Sem falar que o vídeo clipe da canção é bem legal, como todos que a banda preparou para este álbum. 

Cry Me a River tem uma bateria veloz e clima gélido que logo desaparecem e abrem caminho para muito groove e agressividade, em mais uma linha irresistível , beirando o synth pop, só que feito no jeitão da banda

Shattered Murano Heart é bem agressiva e rápida, que aos poucos recebe outros estilos, como o thrash ,um refrão pra cantar junto, além de um teclado bem sacado. Abyssphere passa como um trator pelo ouvinte, tamanha agressividade, com teclados que deixam o lance ainda mais dramático.

Brain Technology Pt.2 (And Humanity Have Feelings no More), como o título sugere é uma continuação da canção contida no debut, que nos leva a introspecção em muitos instantes, passeando pela morbidez, cadência, sem abrir mão das ótimas melodias, além de vozes limpas que emocionam. O início de Sickroom Bed sugere um prog denso e quebrado a lá Evergrey, que recebe um groove e ritmo mais cadenciado e a cada minuto que passa, fica mais soturna, recebendo ótimos solos, daqueles de fazer inveja aos guitar heroes.

A faixa título possui um coro de vozes que sugere algo instigante e arrebatador, que comove, assim como a melancolia de Lone Sky Universum, com vozes sussurradas ao fundo, que geram um dueto de linhas agressivas e limpas, que remete o ouvinte aos anos 2000, época do auge do gothic metal, além de um ótimo refrão.

Empty Nails é mais um momento apoteótico, que apesar das vozes agressivas/vampirescas, o som é um pop classudo feito com maestria, sem soar descartável, encerrando de forma maravilhosa este trabalho, que seguramente será figura carimbada entre os melhores álbuns do ano de 2024. E olha que não chegamos nem a metade do ano.

Link da resenha no YouTube: 

https://youtu.be/kRfJNvarpCo

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