segunda-feira, 13 de maio de 2024

Pure Inc. - Pure Inc. (2004)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação

As resenhas dessa semana serão destinadas a um dos períodos mais frutíferos que este pôde vivenciar:  os primeiros anos do século 21. Época diferente dos dias de hoje, onde o streaming é a principal ferramenta para conhecermos novas bandas, e até saber o que as mais antigas andam fazendo/produzindo. 

Período que a bola da vez eram os lançamentos em CD, e na nossa esfera do rock/metal, selos como a Rock Brigade/Laser Company eram as maiores referências na música pesada. Então, tínhamos do prog ao death títulos lançados quase que simultaneamente com a Europa.

Assim como os dias de hoje, era impossível acompanhar tudo o que rolava e depois de mais de duas décadas, muitos desses trabalhos são muito difíceis de serem encontrados e quando achados, valem verdadeiras fortunas.

Até que, de uma forma bem descompromissada, acabei encontrando na Classic Metal alguns desses materiais a um preço convidativo. Curiosamente acabei adquirindo duas bandas vindas da Suiça, diferentes musicalmente tendo apenas em comum serem oriundas da terra do goleiro Yann Sommer.

Hoje falaremos do Pure Inc., um quarteto que talvez por estar a frente do tempo (isso falando de underground), não receberam a devida atenção. Porém sua música atemporal merecia melhor sorte. Por adotarem uma linha musical híbrida, tendo elementos do grunge, metal, pop, hard e prog, talvez a galera tenha torcido o nariz, mas a verdade é que o álbum auto intitulado da rapaziada merecia muito mais.

Fear My Eyes que é a faixa de abertura do trabalho vem com aqueles riffs arrastados e pesados, inspirados no grunge/stoner, que cedem caminho para o diferencial da banda, o vocalista Gianni Pontillo (Victory), que esbanja versatilidade. E ainda somos brindados com um excelente refrão. Genius possui uma levada rítmica cheia de Groove, além de uma levada empolgante, recheada de peso, deixando o ouvinte totalmente envolvido pela canção.

O início mais bluesy de Piece df Mind sugere algo mais intimista, cujas vozes em dobra faz vir a mente formações noventistas como Soundgarden/Alice In Chains. O peso volta com On the Verge com um refrão pra se cantar junto, além de um trabalho de baixo/bateria no mínimo inspirado.

A seguinte, Next to You, não se trata de um cover do Aswad (grupo britânico de reggae) é bem densa onde mais uma vez Pontillo rouba a cena com uma bela interpretação. Promise é uma balada movida a voz/violão e se destaca pelas belas harmonias de voz, inspiradas em ícones como Zak Stevens (Savatage) e Freddie Mercury (Queen).

T.o.T. (Turn Over The Tide) é o ponto alto do disco com muito peso e um refrão que cola na mente, além da inspiração em nomes como Metallica (Black Álbum) e Mötley Crüe (fase John Corabi). Black Tea tem muito groove em mais um momento super bonder do álbum, onde se imagina erguer os punhos nos shows, além de um solo que transita em várias escolas do rock.

Believin' é melancólica e totalmente emocional e Falling Season encerra o álbum. Em mais de sete minutos, temos nuances lentas e pesadas, jeitão Prog que encerra com maestria a ótima estreia do quarteto, que merecia muito mais. Junto as excelentes canções, vale destacar a produção feita por Tommy Veterli (Coroner, ex-Kreator), que equilibrou todos os elementos aqui.

A banda teve mais um álbum lançado aqui (que em breve será comentado no blog) e pouco soube dos músicos, a exceção do cantor, que hoje faz parte do Victory (veterana banda Hard alemã) e participações em programas tipo American Idol. 

Em resumo: um trabalho que agradará fãs do mainstream e do underground.

Link da resenha no YouTube: 

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