terça-feira, 9 de abril de 2024

Ad Baculum: The Kingdom Bellow (2023)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 


Estamos diante de uma das bandas mais produtivas do Brasil quando falamos de black metal. Para você leitor ter uma ideia, em quatorze anos de existência, o Ad Baculum possui um álbum ao vivo e sete de estúdio , tendo como recente criação, "The Kingdom Bellow", lançado em 2023, pela Mutilation Records.

Além da discografia extensa, o Ad Baculum chama a atenção por sua formação, que conta com músicos veteranos do underground baiano, que figuram/figuravam em bandas como Poisonous, Trucidator e Mystifier. Deste último, veio o vocalista Lord Hades, que na época usava o pseudônimo Meugninousoan.

Contando com uma belíssima capa, projeto gráfico (inclusive com OBI), e uma ótima produção, chama a atenção a linha musical adotada pelo trio. Um mix de death/thrash/black/doom das décadas de 80/90, chamando a atenção por fazer um som mais cru e direto, só que de forma coesa sem soar tosco.

The Kingdom Bellow começa com Cosmic Horror, que soa bem brutal, tendo alguns momentos cadenciados, inspirados no death/thrash, lembrando as bandas que a Woodstock lançava por aqui nos anos 80. Alucinações começa mais cadenciada e perfeita para os palcos, enquanto a faixa título é carregada de morbidez e quando menos se percebe se transforma num panzer, derrubando tudo o que vem pela frente.

Aghory Sadus é digamos, mais intimista, onde aquele momento de bangers fica em segundo plano, ao contrário da seguinte, Demons of The Sea, que soa agressiva e visceral. Zumbie Epidemic (ela está grafada dessa forma) começa mais voltada ao death metal, onde é instantâneo o sentimento de caos e desespero, onde se imagina um confronto entre as nações.

The Wrath of Marduck and a fall of The Sumerian Civilization (também grafada dessa forma) mantém a vibe agressiva, nos remetendo as primeiras bandas extremas nacionais, como Vulcano e as primeiras bandas lançadas pela Cogumelo. O álbum encerra com Erebus, The Darkness, onde o massacre continua sem do nem piedade. Só que em seu decorrer ganha passagens trabalhadas bem interessantes, até nossos pescoços serem castigados novamente, até acabar de forma mais lenta e mórbida.

Apesar de alguns erros no encarte e na formatação do mesmo, os caras se saíram muito bem, apostando numa sonoridade mais básica e coesa.

Link da resenha em vídeo:

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