Por João Messias Jr.
Vamos começar a nossa resenha de uma forma um pouco diferente. Há algumas semanas atrás, fiz uma resenha da banda de black metal Akerbeltz, cuja música trilhava pelos caminhos mais básicos do black metal. Por ser uma resenha negativa, teve muita gente que não entendeu, mas a verdade é que mesmo um som mais básico e nas raízes do estilo, tem de ter dois ingredientes primordiais: uma boa gravação e um aprimoramento em seus instrumentos. Algo que a banda Opus Nostri faz muito bem.
Lançado em 2019, Brado Soturno é o primeiro full do trio paulista e é composto de nove faixas, onde a tônica é a vertente mais tradicional doa estilo. O que não impede que os caras flertem com outras vertentes do metal.
O álbum abre com Intro/Ave Luxferre, que após um início mais climático, abre caminho para um som mais visceral e devastador, que apresenta bem vindas mudanças de andamento e vozes limpas pontuais
Sob as Chamas do Fogo Pagão é ríspida e com uma bateria bem veloz, enquanto Gloriam Marjorem Samhain mantém o ritmo brutal, mas com alguns momentos mais épicos.
Suprema Força Obscura é agressiva e com vozes torturantes, exceto pelos solos técnicos e melódicos. Le Triomphe de Belzebuth é uma espécie de interlúdio e Perpétuo Domínio da Escuridão tem início mais trabalhado até ganhar velocidade e ir na linha mais tradicional do black metal.
Lágrimas Negras da Morte é cadenciada e mais ritualística, soando como uma evocação. Geburah Glória Intacta retoma o lado mais visceral, mas em seu decorrer ganha momentos de introspecção até retomar a velocidade.
Lúcifer Iluminatio Mea possui riffs bem anos 80, vozes intimidadoras em seu decorrer ganha um clima agonizante.
Uma ótima estreia dessa banda paulista, que anos depois soltou mais um excelente álbum, chamado "Velas Negras Sob o Altar da Morte", que assim como o debut, são obrigatórios aos fãs da música obscura nacional (e internacional). Além de mostrar que e possível sim fazer um som mais tradicional com classe e maestria.
Link da resenha em vídeo:
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