sexta-feira, 1 de março de 2024

Blazing Corpse: Nocturne Delirium (2002/2023)

Por João Messias Jr.

Imagem: Divulgação 

Não se trata de um novo álbum desta lendária banda do interior paulista (que este ano completa três décadas de estrada), mas um lançamento que todos os admiradores do grupo farão questão de ter no acervo. Se trata de uma edição histórica da quarta demo dos caras (Nocturne Delirium), lançada em 2002, além do split The Blazing Temple (2018), que também contava com a banda chilena Temple.

Antes de falarmos das faixas, vale citar o excelente projeto gráfico, com uma belíssima capa, além de um digipack caprichado, apresentação que anima para escutar as músicas. 

Contando com nove faixas, essa compilação é um combo recheado de música soturna e melancólica, onde a tônica é um som mais intenso, e que não é aquele lance feito pra agitar, mas de viajar na atmosfera ora sombria, ora moribunda, que levará ao delírio os fãs dessa linha mais lúgubre do metal.

O álbum começa com Texto a Nosferatu, que é a declamação de um poema, e abre caminho para Listem to The Storm, que chama a atenção pelos teclados clássicos e vozes mais vomitadas.

Vênus Urânia começa de forma acústica e introspectiva, que ganha vozes em narrativa. Só que a calmaria dura pouco tempo e o lance vai fica mais instigante, destacando os vocais agonizantes.

Misantropic Spirit possui um clima celta no início e vai dando espaço a um mix de black/doom, além de momentos mais death, na linha de nomes como Anathema e Katatonia.

From The Abyss of m Darkest Dreams (que encarar a demo), é arrastada e cadenciada, com belíssimos momentos mais melódicos, que não ficam descosturados em meio a melancolia.

Vale citar que as vozes limpas não estavam digamos, "perfeitas" , mas que soam impecáveis hoje, pois aqui a banda buscava a intensidade ao invés de uma pretensiosa perfeição.

A segunda parte do material começa com Ilex Aquifolium, uma espécie de intro climática, dando espaço para The Blazing Temple, onde a sonoridade lúgubre fora mantida, mas de forma melhor apurada.

Cry Of The Stars é a mais longa do CD, com seus quase doze minutos, é cadenciada e arrastada, com alternâncias de voz, indo do berrado ao gutural, do narrado ao mais sussurrante.

Somber é a faixa ao vivo que encerra está compilação. Extraída do primeiro full da banda, que soa mais crua e ríspida e agressiva. 

Confesso a vocês que não sou um grande fã de compilações, mas Nocturne Delirium foge a regra por alguns aspectos, desde a "embalagem" até a honestidade das canções envolvidas.

Link da resenha em vídeo:

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