terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

The Giant Void - Abyssal (2023)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Em um mundo perfeito, o trio que conta com os talentosos Felipe Colenci (ex-Fire Diamond), o midiático e "fenômeno" Hugo Rafael (Sambô, The Voice), e o baterista Michael Ehre (Gamma Ray, ex-Metallium), já seriam uma banda consolidada no cenário do metal, isso apenas com dois álbuns, em especial com "Abyssal", lançado em 2023, via Som do Darma.

E o que faz o som dos caras tão especial? Não se trata de uma fórmula revolucionária, mas contagiante, pois a rapaziada consegue unir elementos do metal melódico dos 90, o prog do começo do século 21, além da textura do djent. Tudo isso somado ao pop oitentista, que produz uma receita vencedora, fazendo do álbum, um trabalho de ser ouvido diversas vezes, sem enjoar.

E não precisa muito para que as intenções dos caras apareçam. Dirty Sinner conta com riffs bombásticos, passagens intrincadas e quebradas, com Hugo dando um show, indo de Michael Kiske a Ripper Owens, além de uma letra digamos, bem heavy metal.

Ashen Empires PT2 - NWO: Início mais melódico, onde imaginamos até uma balada thrash tipo Sanatarium (Metallica), ou The Legacy (Testament), que depois ganha um ritmo bombástico, onde as referências oitentista colocam todos os para dançar.

The Key: Uma das mais curtas do álbum, com quatro minutos, mesclando as quebradeiras do prog/djent, com o metal melódico, tudo regado a um clima contemporâneo. Monster Within é outro momento que nos reporta a bandas como Halloween, mas com produção e arranjos melhores.

The Black Pit: Pesadíssima e cheia daquelas texturas presentes em bandas como Animal As Leaders, que em seu decorrer ainda recebe bumbos velozes e vozes apoteóticas. Já Mars possui o clima do rock de arena, mas logo abre espaço para lances mais técnicos e um refrão digno do Chamaleon, do Halloween (um dos melhores trabalhos da turma, diga-se de passagem).

Inner Truth possui uma linha de voz que desarma qualquer um, feita pra todos cantarem juntos, enquanto War Herpes, a mais longa do álbum, com seus oito minutos temos riffs palhetados e linhas mais agressivas de voz, desmistificando o lance que músicas longas são chatas 

Dimensions Collide é quebradona e dona de um ritmo apoteótico, além de passagens mais densas. Ashen Empires PT1: Rising Empires possui climas dedilhados que abrem espaço para passagens intrincadas com uma levada de voz épica e pesada. Human Downfall encerra o álbum com seus "bumbos quádruplos", linhas de voz que vão do agressivo ao pop em andamentos que lembramos quanto o prog/Power continua vivo em nossa memória e coração.

Um disco perfeito, pensado milimetricamente em todos os detalhes e que realmente faz por merecer chances maiores por três motivos:

1) Os caras tem o "gás";

2) Sabem tocar/produzir/arranjar;

3) Soam melhores que os medalhões do estilo.

Link da resenha em vídeo:

https://youtu.be/LafmEozr-Mg

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