sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Negative Vortex -:Tomb Absolute (2022)


Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

Falar desse duo, é voltar um pouco na história do metal extremo, em especial no Rio de Janeiro, mais especificamente do The Endoparasites. Banda que durante sua existência, ganhou o coração dos bangers, graças ao seu death metal maléfico e bem elaborado, que possui como item de referência seu único álbum, "Iconoclasty of Flesh", lançado em 1993 pela Cogumelo Records, que até onde sei, está em vias de ser relançado.

E o que tem o cultuado grupo carioca com essa banda de brazucas radicadas nos EUA? Simples, dois membros eram da saudosa banda: o guitarrista/vocalista Marcelo Rodrigues e o multi instrumentista Mario Martinelli, conhecido como Libra. Aquele mesmo que atingiu o mainstream com o álbum "Até Que a Morte Não Separe" (2008). Unidos mais uma vez, agora com o Negative Vortex, lançaram o álbum "Tomb Absolute" no ano passado via Sentient Ruin Laboratories em CD, vinil e K7, além de ter sido licenciado no Brasil pelos selos Mutilation Records, Blizzard Records e Black Hearts Records.

Uma estreia promissora que bota muita banda consagrada no bolso e que possui grandes atrativos, como não ser preso ao death metal, além de participações especiais que enobrecem ainda mais a qualidade do álbum.

Composto de oito faixas, visto que The Vortex é uma intro, que abre caminho para a faixa título, dona de um ritmo avassalador e vozes bem cavernosas. Os solos, apesar do caráter noventista, são bem técnicos e virtuosos, além de passagens doom horripilantes.

Chant for The Undertaker possui ritmo caótico e descamba para lances rápidos e brutais, além de partes lentas, mórbidas e quebradas, sem abrir mão da brutalidade.

Cicuta é bem especial por contar com as vozes de Kam Lee (ex-Death/Massacre), que soa mais oitentista que as outras faixas, além de um solo hipnótico. Já The Burning Orb é uma mescla de death/doom e nos trás a lembrança de bandas como Katatonia/Anathema, mas ganha velocidade e um pouco do clima sci-fi do Hypocrisy antigo.

Enthroned Suffering possui ritmo arrastado e vozes cavernosas e uma abrupta mudança de andamento, onde tudo fica mais brutal, além de solos que nos conectam a ícones das seis cordas como Zakk Wylde e Chuck Schuldiner (Death/Control Denied). 
Weeping Moon é hipnótica e densa, com linhas de voz ultraguturais e que nos proporciona sensações de desespero, graças ao ritmo mais caótico e as camas de teclados. ...Of Broken Dreams é mais old school, com ritmo esmaga crânio e umas quebra de ritmo geniais, indo do sludge ao doom até ao industrial.

Cease tô Existe é a mais longa do disco, com quase dez minutos, em mais um momento fúnebre que nos remete ao doom/Death noventista. Impressão recuperada pela pequena participação de Nick Holmes (Paradise Lost/Host) em uma narrativa.

Além da qualidade musical inquestionável e (ainda mais) engrandecida pela participação de ícones do metal do extremo como Moysés Kolesne (Krisiun), Caleb Bingham e Leon del Muerte (Terrorizer/Impaled), sem contar a inspiração lírica em Sheakspeare/Edgar Allen Poe.

Um disco que além da sonoridade excelente é uma evidência viva que o doom continua vivo na mente e no coração das pessoas.

Link da resenha em vídeo:

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