quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Absyde: The Atheist (2023)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

O ano era 1996, que além de ter marcado o início da minha caminhada como funcionário CLT, é a época que começava a trajetória do Absyde, banda do ABC paulista que tive a felicidade de acompanhar diversas fases dos caras. Desde os primeiros dias de power trio, cujas demos "Damned Souls" e "Hate And Blasphemy" foram bem difundidas no circuito.

Após uma pausa, a banda veio reformulada e soltou um ótimo debut em 2017,  "Atrocities in The Name Of..." e seis anos depois solta seu melhor material, "The Atheist", que marca mudanças profundas no som. Talvez a mais sentidas fiquem na voz, pois Eduardo "Boquinha" deu lugar a Vinícius Tonetto, que cuidou da diagramação do trampo.

Antes de falarmos no som, vale a pena citar a parte gráfica, que além do citado Vinícius, a arte da Brenda Cassimiro foi perfeita para o que a banda propôs no álbum. Outro aspecto a ser citado fica por conta da ótima produção, que ficou a cargo do Victor Prospero, que inclusive fez alguns shows com a banda.

Musicalmente a banda continuou na evolução, tendo como grande trunfo as melodias grudentas, tendo vários momentos para cantar junto, o que foi acertado no álbum. Intium Finis inicia o trabalho, mas é apenas uma intro climática, que abre caminho para Unfaithful, que chama a atenção pela variedade, climas trabalhados e climas pegajosos de guitarra. The Last Pride já é mais gélida, enquanto A Morte tem uma pegadinha. Começa com narrações e quando se pensa que será assim até o final, vem um som que é ultra grude, um black/hard sombrio e legal pacas.

The One Who The Nation Hates  é mórbida e cadenciada, onde o trampo de bateria é bem interessante, torturante no bom sentido, com vozes agonizantes e climas beirando o doom. From Crib to Bomba é aquele som que a vontade de agitar é imediata, enquanto In My Throat possui guitarras inspirados no black metal grego (Rotting Christ/Katavasia), cuja intensidade cativa logo de cara, graças aos climas pesados que e pegajosos.

The Laws of the Physical World é bem inspirada no doom/death noventista (Miasma/Pentacrostic/The Cross), só que mais lapidado e o álbum chega ao fim com deu$e$ não Existem, que é uma mescla da primeira e segunda fase da banda, cujo mix é algo visceral e intimidador, com um refrão mais lento e cheio de feeling.

Mais uma excelente evidência de que o nosso black metal é o melhor do mundo.

Link da resenha no YouTube:

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