sábado, 7 de setembro de 2024

Testament: Low (1994)

Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação 

As coisas não estavam nada fáceis para o quinteto americano. Depois de álbuns como o mediano Souls Of Black (1990) e a tentativa comercial e excelente feita em The Ritual (1992), era o momento do quinteto fazer um disco marcante e que vendesse bem. Parte disso eles fizeram em Low.

Com algumas mudanças de formação, tendo James Murphy (Obituary, Death) na guitarra e Joey Tempesta (Exodus, The Cult) na bateria ao lado dos remanescentes Chuck Billy (vocal), Eric Peterson (guitarra) e Greg Christian (baixo), deixaram pra trás os tempos acessíveis e retomaram a fúria do thrash.

Sem se apegar ao passado e olhando o futuro, temos aqui uma banda atualizada, pesada e renovada, o que resultou num dos melhores e mais inspirados trabalhos da banda, que tem início com a faixa título, uma hecatombe thrash, além de ter um vídeo bem legal.

Legions (In Hiding), não deixa a peteca cair, mesclando virtuosismo e vocais beirando o death metal (algo que seria mais explorado em Demonic). Hail Mary é um dos "hits" do álbum e conta com um groove sensacional, além de uma levada mortífera, perfeita para os palcos. Trail of Tears é uma balada que nada tem de pop e é bem sombria.

Shades of War é absurdamente pesada com algumas passagens que lembram o passado glorioso. P.C. é mais cadenciada sem abrir mão do peso, enquanto Dog Faced Gods, outro clássico do álbum é veloz e feita para o banging. All I Could Bleeds possui uma rítmica frenética e incendeia o ambiente. Já Urotsukidoji é um instrumental que mescla momentos que vão do jazz a música oriental.

Chasing Fear tem umas "coisinhas diferentes" aqui e ali, além de um refrão bem oitentista. Ride já nas primeiras levadas da bateria já entrega: estamos diante de uma música mortífera que mete os pés em nosso peito. Last Call é uma espécie de "outro" que encerra o disco de forma caótica e diferente.

Lembra que eu disse que eles fizeram parte do que fora proposto? Pois bem, Low é sem dúvida um dos melhores trabalhos da banda, mas infelizmente ninguém queria mais ouvir thrash metal, a não ser que você fosse o Slayer ou o Metallica. Tanto que a fase ruim do Testament perdurou mais alguns anos, voltando aos holofotes somente no álbum The Gathering.

Link da resenha no YouTube:

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