Por João Messias Jr.
Imagem: Divulgação
Falar do Amen Corner é evidenciar sobre uma das mais emblemáticas e representativas bandas de black metal do Brasil, que desde o início de sua caminhada, na década de 1990, sempre figurou no hall das maiores e melhores bandas do país.
Quem acompanha o trabalho dos caras, sempre capitaneada pelo guitarrista Murmúrio e o vocalista Sucoth Benoth já sabe o que esperar, aquele som mais cadenciado com vozes em narrativa, como um contador de histórias e neste novo opus, a pegada continua intacta, ou seja, 1000% Amen Corner.
Porém, o que chama a atenção aqui é que para a promoção e divulgação do trabalho, o hoje quarteto buscou algo diferente. Fugindo dos selos mais tradicionais do estilo, optou por um parceiro menor, que dará mais suporte e prioridade, a Metal Army (curiosamente da mesma cidade da banda, Curitiba), que já fez bonito lançando o material em CD e vinil, e este último formato é o artefato avaliado na nossa resenha.
O lado A do LP (muito bonito por sinal), começa com uma intro que mostra toda a devoção do grupo com as artes negras e abre caminho para The War of Antichrist, que vem na linha que consagrou a banda. Riffs pesados/cadenciados e vozes cruas e transbordando ódio. The Protectors é bem oitentista e é dona de partes mais lentas e mórbidas (beirando o doom) que ficaram sensacionais.
Fall and Ascencion possui vozes agonizantes e soa mais ritualistica que as anteriores, encerrando o primeiro lado do bolachao. Signal From Beyond inicia o outro lado do LP com um ritmo cavernoso, inspirado nos pais da coisa toda (Black Sabbath), até ficar um pouco mais visceral. Inferno é mais direta e pesada, além de linhas melódicas instigantes, evidenciando o talento do guitarrista Murmúrio, que coloca muita dupla das seis cordas no bolso.
A faixa título soa como um hino de guerra, com levadas marciais, vozes em sussurro e linhas de baixo muito legais. The Splendor of Your Presente tem mais uma aula dos graves, com riffs transbordando ódio, em um dos momentos mais tenebrosos do álbum.
Lúcifer, a Suprema Luz da Manhã, além de ser o som que encerra o trabalho, chama a atenção por dois detalhes: ser uma composição do tecladista Nathaivel (Great Vast Forest, Fohatt, Eternal Sorrow) e letra por Baal (Torches of Nero), que é uma espécie de "outro", com predominância de teclados e vozes mais etéreas, fechando o disco de forma inusitada.
Written by the Devil não é apenas mais um capítulo vitorioso da banda, mas sim um dos melhores álbuns da história da entidade, que de forma sabia, sabe atualizar sua música sabiamente, sem soar modista ou oportunista.
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