Por João Messias Jr.
Falar do Masturbator é como descrever a história de um fã de música pesada. O "primeiro nível", é a fase das descobertas, as primeiras camisas, bandas e shows. Depois temos uma segunda fase, onde embora o amor pela música esteja lá, o foco fica por conta do crescimento pessoal, profissional. Anos depois com a estabilidade, chega-se no equilíbrio de conciliar trabalho, família e música, seja você músico ou fã.
Oriunda da década de 1980 e capitaneada pelo guitarrista Sidnei Slaughterman, o Masturbator foi um nome cultuado no death metal nacional. Seja por seus shows e demos, a banda marcou seu nome no cenário até meados de 1990, onde encerrou as atividades, retornando em 2010.
Apesar de ter um bom nome e ser uma banda cultuada no cenário, faltava ao hoje quinteto um Full. Espera que terminou em 2023 com o excelente hell Warrior, que chama a atenção pela belíssima capa, além da excelente produção.
Lançado por uma junção de vários selos (Extreme Sound Records, Woodstock Discos,Impaled Records, Sacramental Records, Master Records, Sangue Underground Records,Rock Brigade Records), o CD vem com oito faixas e começa com Sadistic Manifestation Of Pleasure, que chama a atenção por muitos detalhes: o ritmo mais cadenciado, passagens mais trabalhadas e linhas de voz pra cantar junto.
A faixa título é dona de riffs mais cavernosos que esbarram no doom, num ritmo mais morbido e lento que aos poucos ganha velocidade, solos de alavanca e um leve clima Black.
Gods Of Pleasure é bem trabalhada com um instrumental voltado ao thrash, onde a exceção dos guturais, é um mix de bandas que possuem heróis como Mille Petrozza e doom metal.
Murderer marca o pique death de volta, inclusive com aquela levada matadora da Flórida, além de partes mais mórbidas e vozes bem doentias. Bestial Masturbator é mais um momento inspirado pelo thrash, com arranjos trabalhados. Mas é só o início, pois ela se transforma num metal da morte do mais alto calibre.
Reality Of Inquisition é dona daqueles riffs que grudam, que abrem espaço para um ritmo esmaga crânio, com muitos momentos de "air guitar" e cantar junto. Sexual Destruction tem vozes cavernosas, nos fazendo lembrar quão nomes como Morbid Angel e Sinister eram reverenciadas.
Pornografic Terror começa bem virtuosa, esbarrando no thrash, vozes raivosas, instrumental contagiante, com momentos contagiantes e velozes, coroando esse belíssimo trabalho, que a exceção do encarte (poucas páginas) é um verdadeiro tributo a música extrema nacional.
E que a banda não leve mais três decadas para um novo álbum de inéditas.
Link da resenha em vídeo:
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